sexta-feira, 22 de junho de 2007

ERC

No dia do debate com os principais candidatos à presidência da Câmara de Lisboa, Paulo Camacho, na newsletter diária de “briefing” do Jornal da Noite, partilhou algumas ideias interessantes e que se relacionam com as críticas feitas ao modelo do dito debate.

Da referência ao rigor e ao acto de escolha inerente ao jornalismo, Paulo Camacho parte para a justificação da não presença de cinco candidaturas - “não têm qualquer hipótese de eleição” e, se participassem, “roubariam aos telespectadores (no caso, aos lisboetas) a oportunidade de melhor ouvirem quem os vai governar”.

A seguir, aborda uma questão interessante, a dos “checks and balances: uma série de poderes e contra-poderes criados para evitar que haja donos da verdade” e que é tida como fundamental em democracia, para depois cair em cima do novo enquadramento legal que equipara a pré-campanha à campanha eleitoral:

E assim sendo, as televisões vêem-se perante o seguinte dilema: abdicarem do dever de contribuir para a formação da opinião dos telespectadores, ou sujeitarem-se às sanções decorrentes da violação do princípio da presunção de igualdade entre todos os candidatos. É grave que assim seja. E é um passo perigoso no sentido de retirar eficácia aos tais checks and balances essenciais à democracia, (mais um) passo perigoso no sentido do poder político-legislativo - com a conivência de jornalistas nomeados para cargos públicos - se assumir como dono da verdade sobre como devem os portugueses ser informados".

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